O que as mulheres buscam em sites eróticos?
Por CompartilharnaRede
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Thinkstock
Brasil está no topo da lista de países onde há mais mulheres consumindo pornografia
Uma análise feita pelos dois maiores sites de pornografia da internet tentou identificar o que atrai um público cada vez maior de mulheres para sites pornográficos.
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Utilizando o que chamam de um "software analítico", as empresas fizeram uma atualização de uma pesquisa sobre as preferências femininas intitulada "O que as mulheres querem".
A resposta, segundo a pesquisa, seriam cenas lésbicas, sexo a três e uma categoria chamada "squirt" (ejaculação feminina).
Elas também se interessam em ver sexo entre homens gays.
Esses foram os termos usados em buscas por conteúdo mais populares entre as mulheres no último ano, segundo as empresas. Outros termos procurados são sexo oral, massagens e vídeos de celebridades.
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A conclusão é que o número de mulheres que entram nesses sites aumentou e o que elas mais buscam nesses ambientes são situações que reflitam o prazer feminino.
Audiência em alta
O tempo médio em que o usuário de cada sexo permanece nos sites também foi medido. A média mundial é de dez minutos e dez segundos para as mulheres, e nove minutos e 22 segundos para os homens.
A pesquisa afirma também que o Brasil e as Filipinas estão em primeiro lugar em uma lista de consumo de conteúdo erótico pelo público feminino.
Nos dois países, 35% do consumo de pornografia é realizado por mulheres e 65% pelos homens, segundo o Pornhub e o Redtube.
A Argentina ficou em quarto lugar, com 30%, e o México em oitavo, com 28%.
Esses países superaram a média mundial para mulheres, de 24%.
Preferências
Ainda que vários setores dessa indústria concordem que o consumo de pornografia entre as mulheres aumentou, alguns produtores do ramo, como Erika Lust Film, dizem que a sondagem dos concorrentes Pornhub e Redtube não é científica e questionam os resultados. O Pornhub e o Redtube são dois sites de internet que oferecem conteúdo pornô grátis –apesar de terem conteúdo "premium" por meio de assinaturas. Eles atraem um tráfego de 40 milhões de usuários únicos por mês.
"Com certeza, há um crescimento entre as mulheres, porque elas assistem à pornografia, e toda a população mundial consome mais", disse Pablo Dobner, diretor-executivo e cofundador do Erika Lust Films, uma empresa baseada em Barcelona, que produz conteúdo adulto sob uma perspectiva feminina.
"Há uma demanda, mas a maioria das mulheres querem algo muito mais sincero, limpo e sexualmente inteligente em relação ao que é possível encontrar na maioria dos outros portais", afirmou.
Ele chama de outros portais justamente sites como Pornhub e Redtube, seus concorrentes diretos, que oferecem conteúdo gratuito. O Erika Lust Films cobra pelo produto e estuda entrar em uma disputa judicial com seus concorrentes.
Medição
Mencionada a possível disputa judicial, Dobner argumenta que seus concorrentes não teriam como medir de forma precisa a quantidade de pessoas que acessam seu site segundo o gênero do usuário.
Isso porque não é preciso escrever nome de usuário nem criar uma senha. Segundo ele, mesmo se isso fosse necessário, ainda assim não é possível ter certeza sobre o gênero do consumidor.
"Por isso, sua estimativa de quantos são mulheres e quantos são homens no tráfego maciço que eles têm não está comprovada", questionou.
Também há uma polêmica relacionada ao tipo de conteúdo que as mulheres preferem ver. Mas Dobner reconhece que as cenas de sexo entre lésbicas são materiais com os quais elas podem se sentir mais confortáveis –porque essas cenas mostram exclusivamente mulheres tendo prazer.
"As mulheres estão buscando mais prazer feminino e reivindicando que o homem não é o único que tem de desfrutar do sexo e que elas também querem sua parte do sexo recreativo, que esteve proibido para elas por tanto tempo."
Comida junk x gourmet
A empresa Erika Lust Films também não tem uma base técnica para saber do que as mulheres gostam. A maioria das produções é pornô heterossexual, e o site contabiliza 10 mil visitas por dia.
Dobner afirmou que a intenção de sua empresa é criar um nicho de entretenimento adulto com um produto mais acessível para mulheres e casais. Ele compara o produto com o dos concorrentes em termos gastronômicos.
Segundo ele, tanto em uma lanchonete quanto em um restaurante de luxo "você come a comida pela boca". "Mas a experiência é outra. São coisas concebidas de maneira distinta".
A ideia, no entanto, de que mulheres e homens devem ter gostos diferentes quando o assunto é pornografia é contestada por uma leitora da BBC no Facebook: "na minha opinião, essa ideia de que nós não gostamos do mesmo tipo de pornô que os homens e que precisamos de boa iluminação e de atores que se beijem muito é um mito associado ao preconceito de que nós mulheres não entendemos o sexo sem romantismo". Fonte: Uol - Notícia