Governo de Pernambuco encerra conflito histórico no Engenho Roncadorzinho com ação integrada e emocionante ato de assinatura de desapropriação

Governo de Pernambuco encerra conflito histórico no Engenho Roncadorzinho com ação integrada e emocionante ato de assinatura de desapropriação

O Governo do Estado de Pernambuco celebra acordo para a conclusão do processo de desapropriação do Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros, pondo fim a um dos conflitos fundiários mais emblemáticos da Mata Sul. A ação é resultado do empenho direto da governadora Raquel Lyra, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDA), liderada pelo secretário Cícero Moraes, e do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe), sob a presidência de Cleodon Ricardo.

O acordo, que foi assinado na última sexta-feira, 3 de outubro, contou também com o apoio decisivo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representado pelo promotor Dr. Leonardo Caribé, e da Procuradoria Geral do Estado (PGE), representada pelo Dr. Almir Bezerra que acompanhou todo o processo de mediação, garantindo segurança jurídica e proteção social às famílias. Participaram ainda a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além da Comissão Estadual de Acompanhamento de Conflitos Agrários (Ceaca), instituições que desde o início estiveram ao lado das famílias, oferecendo suporte técnico, jurídico e social.

Solução definitiva após décadas de conflito

O Engenho Roncadorzinho compreende uma área de aproximadamente 690 hectares, onde vivem 77 famílias agricultoras, descendentes de trabalhadores das antigas usinas da região. Durante décadas, essas famílias enfrentaram insegurança, ameaças e disputas pela posse da terra, marcadas por episódios de violência que chocaram Pernambuco e o Brasil.

O caso ganhou repercussão nacional após o assassinato do menino Jonatas, de 9 anos, em fevereiro de 2022, dentro de sua casa na comunidade. Seu pai, Geovane da Silva Santos, líder comunitário e presidente da associação local, também foi baleado, mas sobreviveu. O crime foi o estopim para uma ampla mobilização social e institucional pela paz e pela justiça fundiária na localidade.

Após anos de mediação conduzida pelo MPPE e pela Defensoria Pública, com apoio técnico do Iterpe e da SDA, o Governo do Estado finalizou a desapropriação da área, reconhecendo o direito das famílias que vivem e produzem no território. O acordo foi formalizado em ato público com a presença das instituições envolvidas e das lideranças comunitárias.

Um momento de emoção e justiça

Durante a solenidade de assinatura dos documentos, o clima foi de forte emoção. Geovane da Silva, pai do menino Jonatas, participou do ato e não conteve as lágrimas ao lembrar do filho — que, se estivesse vivo, teria completado 11 anos de idade.

“Essa vitória é por ele e por todas as famílias que nunca desistiram. Hoje, a justiça foi feita”, declarou o agricultor, visivelmente comovido.

O presidente do Iterpe Cleodon Ricardo destacou o compromisso da gestão estadual com a paz no campo e o direito à terra:

“O Governo de Pernambuco está presente para garantir dignidade e segurança às famílias agricultoras. Essa ação é resultado de um esforço coletivo, encabeçado pela governadora Raquel Lyra, de muito diálogo e respeito, que reafirma nosso compromisso com a justiça social”, afirmou.

O secretário Cícero Moraes reforçou que o acordo representa um marco na política fundiária do estado:

“Com a atuação da governadora Raquel Lyra, através do Iterpe e o apoio da Fetape, da CPT, do MPPE e da Defensoria Pública, estamos devolvendo às famílias o que sempre lhes pertenceu: o direito de viver e produzir em paz.”

Trabalho conjunto e perspectivas para o futuro

O Iterpe, sob a liderança de Cleodon Ricardo, foi responsável pelo levantamento técnico, georreferenciamento e identificação das famílias beneficiárias. A partir de agora, serão emitidos os títulos de domínio, garantindo segurança jurídica e o acesso a políticas públicas de fomento rural.

Além da regularização, o Governo do Estado anunciou que o Engenho Roncadorzinho será incluído em programas de assistência técnica, infraestrutura rural e produção sustentável, por meio da SDA. As famílias também poderão acessar linhas de crédito voltadas à agricultura familiar, fortalecendo a geração de renda e a autonomia produtiva da comunidade.

A Fetape e a CPT ressaltaram que a conquista é fruto de uma longa trajetória de resistência e organização das famílias. Para ambas as entidades, a união entre movimentos sociais, governo e instituições públicas foi essencial para transformar um cenário de dor e medo em um símbolo de esperança e reconstrução.

Símbolo de justiça social e recomeço

O encerramento do conflito no Engenho Roncadorzinho representa mais do que uma vitória jurídica: é um marco humanitário e histórico. As 77 famílias que hoje recebem o reconhecimento de suas terras passam a escrever um novo capítulo de dignidade e paz no campo.

Com o apoio do Governo de Pernambuco, do Iterpe, da SDA, da Fetape, da CPT, do MPPE, da PGE, e da Defensoria Pública, o Roncadorzinho se transforma em exemplo de mediação, diálogo e reparação social — um território que, após décadas de luta, volta a florescer com o trabalho e a esperança de seu povo.

Mauricio Ribeiro

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