Dólar opera em alta, após atingir na véspera maior valor em 9 anos
Por CompartilharnaRede
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (11), ainda à espera das decisões da nova equipe econômica e de sinais sobre o futuro das atuações diárias do Banco Central no câmbio.
Por volta das 16h27, a moeda norte-americana subia 1,32%, a R$ 2,6470. Veja cotação atual.
Mais cedo, o Banco Central informou, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a inflação segue pressionada, mas entrará em um "longo período de declínio" no ano que vem.
Na véspera, o dólar fechou em alta, com investidores ainda mostram dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio. A moeda norte-americana subiu 0,55% frente ao real, cotada a R$ 2,6125. Trata-se novamente do maior valor desde 2005, quando, no dia 18 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,6157, segundo dados do Banco Central. Nesta semana, o dólar já havia alcançado o maior valor desde a mesma data na segunda-feira (8), quando fechou cotado a R$ 2,6115.
Na semana e no mês, há valorização acumulada de 0,74% e 1,59%, respectivamente. No ano, a alta é de 10,82%.
Atualmente, o BC oferta diariamente até 4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalentes a venda futura de dólares, em programa marcado para durar até pelo menos o fim deste ano. O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito que o atual estoque de contratos, de cerca de 100 bilhões de dólares, dá conta da demanda por proteção cambial, alimentando expectativas de que a atuação pode perder força ano que vem.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a 197,9 milhões de dólares. Foram vendidos 1,7 mil contratos para 1º de junho e 2,3 mil para 1º de setembro de 2015. O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de janeiro, que equivalem a 9,827 bilhões de dólares, com oferta de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total.
A divisa tem enfrentado dificuldades para se firmar acima de R$ 2,60, patamar que analistas identificam como uma resistência no curto prazo, segundo a agência Reuters.
Investidores têm as atenções voltadas também para a nova equipe econômica, encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC. Os três têm sinalizado uma política econômica mais ortodoxa, o que tem agradado o mercado, mas os agentes financeiros querem ver agora quais medidas concretas serão tomadas, principalmente no lado fiscal.
"O mercado está ansioso em relação a essa questão das atuações diárias e há incerteza sobre como vai ser a política econômica. O ambiente ainda não está tranquilo", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência Reuters.
Fonte: http://g1.globo.com/economia